16 causas da surdez
A perda auditiva pode ocorrer desde o nascimento ou ser adquirida e muitas das causas são passíveis de prevenção por meio de vacinas, hábitos saudáveis ou tratamento adequado de doenças. Para diagnóstico da surdez e investigação da causa da perda auditiva o médico otorrinolaringologista deve ser consultado, buscando intervenção adequada o mais precoce possível.
Saiba um pouco mais sobre 16 causas de perda auditiva:
- Alteração metabólica
Alterações como diabetes e hipertensão arterial podem causar a que vem sendo chamada de perda auditiva metabólica. Ocorre comprometimento da transdução coclear por atrofia da estria vascular e a surdez caracteriza-se por perda neurossensorial com configuração plana e com, inicialmente, boa discriminação da fala que tende a piorar à medida que os limiares auditivos caem. - Barotrauma
Barotrauma no ouvido é uma lesão que pode acontecer pela mudança na pressão do ar, como durante voos de avião e mergulhos. Quando a pressão externa modifica rapidamente ou é muito desigual a pressão dentro do ouvido médio pode ocorrer o barotrauma. A tuba auditiva exerce função essencial na liberação e entrada de ar nos ouvidos para não ocorrerem lesões. Leia mais sobre o funcionamento do sistema auditivo em pousos e decolagens de avião aqui. - Caxumba
A caxumba afeta as glândulas parótidas, as glândulas salivares localizadas abaixo e à frente das orelhas. O vírus da caxumba pode causar lesão do ouvido interno, ocorrendo surdez súbita secundária à esta doença infecciosa. A caxumba é transmitida pela saliva infectada, mas pode ser facilmente prevenida por meio de vacinação. - Colesteatoma
O colesteatoma é um tumor benigno que pode se desenvolver no ouvido médio, mastoide ou epitímpano após a otite média crônica. Embora seja benigno, ele é localmente invasivo e pode danificar as estruturas do ouvido médio e causar perda auditiva permanente. - Doença de Ménière
É também conhecida por Síndrome de Ménière ou Hidropisia Endolinfática. Caracterizada por vertigem episódica, zumbido, plenitude auricular e perda auditiva neurossensorial flutuante. Leia mais sobre a doença de Ménière aqui. - Genética
A surdez de origem genética pode ser classificada em sindrômica ou não-sindrômica de acordo com a ocorrência de achados clínicos. A forma não-sindrômica abrange aproximadamente 70% dos casos, sendo então 30% das perdas auditivas genéticas associadas a uma síndrome. O gene GJB2, que codifica a proteína Conexina 26, foi o primeiro gene nuclear relacionado à surdez não-sindrômica. O aconselhamento genético pode ser realizado para informação e suporte ao paciente com perda auditiva e à família nas quais há membros com surdez de origem genética. - Medicamentos ototóxicos
São medicamentos que podem ser necessários para tratamentos de saúde, mas que podem gerar danos ao funcionamento do ouvido, com perda da audição, zumbido ou alterações no equilíbrio. Medicamentos ototóxicos incluem alguns tipos de antibióticos, quimioterápicos, drogas para hipertensão arterial, entre outros. - Meningite
Nossos ouvidos ficam próximos as meninges, tecido que recobre o cérebro. Pela proximidade, existe o risco de se desenvolver perda auditiva devido à meningite. A perda de audição pode ser de variados graus, sendo necessária avaliação do otorrinolaringologista para intervenção adequada ao caso o mais rápido possível. - Otosclerose
A Otosclerose é uma das doenças do ouvido de origem genética e hereditária. Na Otosclerose ocorre substituição de osso normal por tecido fibroso, com crescimento anormal, levando à perda de audição progressiva em um ou ambos ouvidos pela interferência na condução das vibrações sonoras da orelha média para a orelha interna. O ossículo do ouvido mais afetado é o estribo, mas a doença também pode atingir o labirinto e a cóclea. A Otosclerose também pode ser chamada de Otospongiose. - Presbiacusia
A perda auditiva decorrente do processo de envelhecimento natural do nosso organismo é chamada de Presbiacusia. Pode envolver todo o sistema auditivo incluindo ouvido interno, vias auditivas centrais e córtex cerebral. É uma perda irreversível e a reabilitação auditiva precoce por meio de próteses auditivas é medida essencial para manutenção da independência e qualidade de vida do idoso. - Rubéola
A rubéola é uma doença infecto-contagiosa com consequências mais graves quando gestantes contraem a doença, desenvolvendo no feto a Síndrome da Rubéola Congênita. A Síndrome da Rubéola Congênita pode vir acompanhada de múltiplas alterações, sendo que a surdez neurossensorial é a mais comum, podendo ocorrer isoladamente. A rubéola e a síndrome da rubéola congênita estão erradicadas no Brasil e para garantir que essa infecção não volte a se propagar é fundamental manter a cobertura de vacinação. - Sarampo
O sarampo é uma doença infecciosa grave, que pode evoluir com complicações e é altamente contagiosa. Entre as complicações que podem ocorrer está a surdez em consequência de encefalite e de otite. A vacinação é a única maneira de prevenir o Sarampo e a doença não está erradicada no Brasil. - Som intenso
A exposição a som intenso por período prolongado, de meses ou anos, gera lesões no ouvido de forma irreversível. O som intenso pode ser de qualquer natureza, ocupacional ou não, por exemplo o barulho de máquinas industriais ou música em fones de ouvido. Pode ser chamada de Pair (Perda auditiva induzida por ruído) ou Painpse (Perda auditiva induzida por níveis de pressão sonora elevados). - Trauma acústico
Perda de audição causada pela exposição a som de altíssima intensidade em curto período de tempo. Pode ocorrer em explosões, apitos, fogos de artifício, gritos, shows. - Traumatismo
Traumas mecânicos que lesionam as estruturas do ouvido, como em acidentes com objetos introduzidos no canal auditivo ou em traumatismos cranianos. - Tumores benignos e malignos
Tumores que atingem o ouvido, nervo auditivo ou áreas relacionadas no cérebro podem causar surdez, como por exemplo, o neurinoma, colesteatoma, hemangioma, carcinoma.
Existem diversas outras causas para a perda auditiva, além dos muitos casos em que a origem é desconhecida. Para avaliação e diagnóstico consulte seu otorrinolaringologista.
Referências:
Mariane Gomes | Fonoaudióloga | CRFa 6-7530