A otite média é uma doença infeciosa e inflamatória que acomete o ouvido médio: tímpano, ossículos, janela oval (1). Quando o indivíduo teve, pelo menos, três ou mais episódios em seis ou quatro meses, ou mais episódios durante 12 meses a otite média é definida como recorrente (2).

As otites médias podem ter como causa alterações infecciosas, genéticas, imunológicas, anatômicas e determinados fatores ambientais, como o clima. Dentro da origem infecciosa, pode se dividir em viral, bacteriana ou fúngica. Aproximadamente 70% das otites médias agudas são de origem bacteriana (1).

É uma doença do ouvido muito comum em crianças, mas pode acometer pessoas de qualquer idade. São possíveis fatores para maior ocorrência em crianças: mal funcionamento da tuba auditiva que ainda está em desenvolvimento, frequentes infecções das vias aéreas superiores, alergias, curto período de aleitamento materno e/ou posicionamento horizontal da criança durante a amamentação, hábito de levar objetos e mãos sujas à boca, imaturidade do sistema imunológico e maior transmissão entre crianças que frequentam creches (2,3).

São sinais e sintomas que podem se manifestar nos casos de otite média: existência de fluido no ouvido médio, otalgia (dor de ouvido), otorreia (secreção que sai do ouvido), febre, perda de apetite. Nos casos de otite média recorrente pode acontecer perda de audição, que gera para as crianças impactos negativos no desenvolvimento da linguagem, da fala e da cognição (2). O médico sempre deve ser consultado quando houver qualquer sinal ou sintoma, sendo ele o responsável pelo diagnóstico e prescrição do tratamento adequado.

Formas de prevenção

Estudos demonstram que crianças que tiveram a amamentação com leite materno tem menor incidência de otite média do que as amamentadas com leite de vaca (4).

Praticantes de natação, especialmente profissionais, apresentam maior incidência de dores de ouvido devido à alta umidade e exposição a piscinas com cloração inadequada (5), por isso é recomendada a utilização de tampões protetores para ouvido.

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Buscar assistência médica com otorrinolaringologista ao apresentar qualquer sinal ou sintoma de otite é essencial para prevenir complicações. As otites médias representam sérios riscos, devido ao potencial de comprometimento de regiões próximas ao ouvido, como mastoidite (infecção no osso da mastoide) e meningite (inflamação das membranas que revestem o cérebro) que apresenta alta mortalidade (6).

Outras medidas que podem ser avaliadas para prevenção de otite recorrente: eliminação do tabagismo dentro de casa, diminuição do período dentro de creches, eliminação do uso de chupetas, vacinação contra influenza e pneumococo (2).

Consulte sempre seu médico otorrinolaringologista.

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Referências

Ferreira JO, Tinoco IS, Fernandes J. Meningite bacteriana: complicação inesperada de otite média aguda. Rev Port Med Geral. 2018 [acesso em 31 Jan 2019]; 34( 5 ): 317-321. Disponível em: http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732018000500007&lng=ptt.

Genov IR & Roxo JP. Otite média recorrente na infância. Medicina, Ribeirão Preto. 2001 [acesso em 31 Jan 2019]; 34: 297-300. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/4468/5945

Nesti MM, Goldbaum M. Infectious diseases and daycare and preschool education. J Pediatr. 2007 [acesso em 31 Jan 2019]; 83(4):299-312. Disponível em: http://www.jped.com.br/conteudo/07-83-04-299/port.asp

Lubianca N, José F, Hemb L, Brunelli e Silva D. Fatores de risco para otite média aguda recorrente: onde podemos intervir? uma revisão sistemática da literatura. Jornal de Pediatria. 2006 [acesso em 01 Fev 2019]; 82 (Março-Abril). Disponível em: https://www.redalyc.org/html/3997/399738107003/

Miura MS, Krumennauer RC, Lubianca NJF. Complicações intracranianas das otites médias crônicas supurativas em crianças. Rev. Bras. Otorrinolaringol. 2005 [acesso em 01 Fev 2019]; 71( 5 ): 639-643. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-72992005000500015&lng=en&nrm=iso&tlng=pt

Osawa CC, Andries JO. Incidência de sintomas, doenças profissionais e doenças do trabalho em nadadores de competição da Cidade de Campinas, São Paulo. Rev. bras. saúde ocup. 2003 [acesso em 01 Fev 2019]; 28( 107-108 ): 59-71. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0303-76572003000200006&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

Mariane Gomes | Fonoaudióloga | CRFa 6-7530